Como evitar conflitos e praticar uma comunicação honesta e transparente no trabalho remoto pode tornar a sua equipe mais feliz, motivada e conectada? Separamos 3 dicas imperdíveis para começar a colocar em prática agora mesmo!
Você sabia que trabalhar remotamente é uma preferência nacional aqui no Brasil? O Índice de Tendências do Trabalho divulgado pela Microsoft, neste ano, revelou que 58% dos brasileiros que estão trabalhando no formato híbrida, preferem o trabalho totalmente remoto, e a maior motivação é o bem-estar! O Índice mostrou que 71% dos entrevistados no Brasil disseram priorizar sua saúde e bem-estar sobre o trabalho.
A experiência com o home office durante a pandemia mudou a visão dos profissionais em relação a ida ao escritório e isso ficou ainda mais evidente no Brasil. O trabalho remoto, assim como o híbrido ou 100% presencial, possui inúmeros benefícios, o que faz a diferença é escolher em qual dos três modelos o seu perfil de trabalho mais se enquadra, como você consegue ser mais produtivo e ter uma vida mais equilibrada.
No entanto, alguns desafios no trabalho remoto são mais visíveis, como:
- Comunicação: como fazer com que uma mensagem seja recebida na energia em que foi entregue?
- Engajamento: quais dinâmicas podem ser efetivas para se manter motivado ou manter seu time motivado?
- Combinados: Sabendo que qualquer recombinação pode gerar impactos, precisamos também nos atentar a eles e abrir espaço para conversar e buscar caminhos para minimizá-los.
Para este artigo, nós separamos insights de um material disponibilizado pelo Instituto CNV Brasil, e trouxemos 3 dicas práticas para um Trabalho Remoto Não Violento!
Antes de tudo: você sabe o que é a Comunicação Não Violenta?
A CNV é uma prática que nos permite expressar nossa honestidade, de forma que a verdadeira intenção do que dizemos chegue até a outra pessoa. Ela também nos dá a capacidade de receber o que a outra pessoa diz sem que isso nos machuque, escutando o que é importante para ela e qual motivação está por trás da sua fala.
No ambiente empresarial , o desenvolvimento e a prática da Comunicação Não Violenta pode ajudar a mediar conflitos e melhor o clima organizacional. A CNV pode trazer resultados como o aumento da produtividade, do engajamento, da confiança, além de criar um ambiente de trabalho mais humano e inclusivo.
Quando toda equipe é capaz de se manifestar, as tomadas de decisões também se tornam mais assertivas. Já escrevemos um artigo aqui no blog aprofundando as técnicas de CNV para relações saudáveis no trabalho!
Na realidade do trabalho remoto, estamos muito longe das pessoas e muito perto da nossa imaginação, e muitas vezes a nossa mente nos faz acreditar em determinadas situações equivocadas. A comunicação se torna fator chave para frear a imaginação, nesse sentido. É possível fazer com que esse caminho seja leve, simples e efetivo, e a Comunicação Não-Violenta pode nos apoiar na construção desse caminho.
Dito isso, vamos às dicas!
Como fazer com que uma mensagem seja recebida na energia em que foi entregue?
Essa é a dica número #1: O segredo para que a nossa intenção chegue quando nos comunicamos, muitas vezes, está na forma como falamos ou nos expressamos.
Em uma reunião feita através do meet ou zoom, as lideranças podem pedir para que as pessoas da sua equipe estejam de câmera aberta, com a intenção de se conectar melhor com elas e de criar um espaço mais relaxado. Porém, no mesmo movimento, os colaboradores podem duvidar da intenção e acreditar que esse pedido vem com um ar de desconfiança e controle.
Seria mais efetivo, antes mesmo de fazer o pedido, criar maior conexão com a equipe, mostrando por exemplo o objetivo da proposta. Ou seja, compartilhando a intenção ao trazer aquele pedido.
Portanto, ao iniciar uma reunião por vídeo, podemos contar sobre a vontade de conectar dizendo: “Olá pessoal, adoraria aproveitar esse momento que estamos juntos para me conectar um pouco mais com vocês. Acredito que olhar uns pros outros, e ver nossos sorrisos pode apoiar nessa interação. Podemos todos ligar as nossas câmeras?”. E é também muito importante checar como o que você está pedindo é recebido pela outra pessoa. Uma forma simples de fazer isso é perguntar: “Como é para você ligar a câmera?”
Trazer um pouco mais de detalhe sobre o que queremos cuidar gera conexão e pode fazer uma diferença enorme em como a pessoa recebe o que estamos falando.
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Ir devagar para ir mais rápido
Já ouviu a expressão “dar um passo para trás para dois para frente”? Ela tem muito a ver com a dica número #2: Uma prática que apoia muito na construção da conexão e impactam o engajamento das equipes, é o check-in.
Antes de começar uma reunião, procure se conectar com o seu time e entender como cada um está se sentindo naquele momento. Isso permite a criação de um vínculo entre as pessoas (com mais abertura a contribuir) antes de partir para a resolução dos problemas. O tempo que se “gasta” compartilhando emoções e pensamentos, é economizado em todas as interações que se seguem, pelo time estar mais conectado e com um objetivo comum a ser co-criado.
Uma forma simples para iniciar esse movimento de conexão é perguntar como as pessoas estão, simplesmente trazendo mais qualidade para essa pergunta. Ao invés de perguntar “Como você está?”, pergunte:
- “E aí, como está a organização da sua família? Seu parceiro e filhos estão em casa? Conta um pouco mais.”
- “Como está o gerenciamento da agenda, parece que você está trabalhando um pouco mais do que gostaria?”
- “Como está sendo para lidar com as emoções com toda essa mudança de ambiente?”
A ideia é criar perguntas para que as respostas sejam mais profundas do que um simples “está tudo bem”. Trazer a intenção da conexão e cuidado na sua fala ajuda a criar a confiança necessária com quem você trabalha. Para que o check-in funcione, o líder tem um papel essencial. O seu compartilhamento de como está, a partir da vulnerabilidade, é o que vai criar o espaço de confiança para que as pessoas do time também compartilhem como estão de forma genuína e aberta.
Recombinar o combinado: um cuidado com a relação
Isso nos leva a dica número #3: Uma prática que pode contribuir muito para a fluidez das relações no trabalho remoto é a renegociação.
A ausência de clareza das prioridades de trabalho e da capacidade de cumprir os prazos estabelecidos para as atividades pode gerar uma sensação de insegurança, tanto por parte de quem gerencia, quanto de quem executa. Muitas vezes, acreditamos que temos que ser perfeitos e não podemos de maneira alguma pedir para alterar o que foi inicialmente combinado; quando, na verdade, trazer um recombinado é uma forma de cuidar da relação.
Podemos utilizar os elementos da Comunicação Não-Violenta, para, antes do prazo inicialmente combinado, sugerir um novo combinado. Um exemplo seria: “Estou percebendo que eu estou com 5 atividades que são prioridades e eu estou ficando nervoso, pensando que talvez eu não consiga te entregar esse projeto no horário que combinamos. Para cuidar do nosso combinado e da qualidade do que eu quero te entregar, podemos reajustar o prazo?”
A questão aqui é: quanto mais claros e honestos formos em relação ao que é importante para nós, maior é a probabilidade do outro em colaborar com nosso pedido, pois nos encontramos no lugar onde queremos cuidar do trabalho e da relação juntos.
🔓Dica extra!
Um Trabalho Remoto Não Violento começa com estudos de como praticar a comunicação de forma efetiva com o outro e ser mais transparente nas nossas mensagens. Se você quer se aprofundar nesse tema e não sabe como começar, olha só essa dica extra!
Nesse episódio, a Juliana Royo, especialista em CNV e em Comunicação Empresarial, mostra que usar a escuta para entender o que está por trás da sua fala e a do outro é a ferramenta mais poderosa para uma boa comunicação. Ouça agora mesmo!
A Juliana também gravou um curso especial de Comunicação Não Violenta para o nosso streaming, e nele os nossos alunos aprendem:
- Os princípios e pilares da Comunicação Não Violenta
- O que não é a CNV
- A escuta como chave
- As 4 lentes da CNV
- A CNV no ambiente corporativo
Assista abaixo ao trailer desse curso: