Uma perspectiva limitada pode levar uma boa ideia ao fracasso. Se você deseja que as suas melhores ideias evoluam em ação, é preciso abrir a mente para diferentes cenários e se fazer essas 6 perguntas!
Tradução | Harvard Business Review
Não é preciso muito para sermos energizados por coisas novas, seja um produto em que estamos trabalhando, uma proposta de livro ou um processo que precisa de revitalização. Inspirados com novas ideias e animados para agir rápido, aproveitamos a oportunidade de pensar grande e crescer. Reunimos nossas equipes e mergulhamos em ação, apresentando apenas os benefícios de nossa criação e criando um plano para cumprir sua promessa. Nosso objetivo é deslumbrar e persuadir enquanto cegamos a nós mesmos e aos outros para possíveis desvantagens.
No entanto, ao fazer isso, cortejamos o perigo da perspectiva limitada. Isolados em nossos próprios pontos de vista, deixamos de lado opções promissoras inexploradas e nosso trabalho é prolongado ou cai por terra completamente.
Se você quer que as melhores ideias floresçam, então, em vez de definhar nos confins de sua própria cabeça, abra sua mente para diferentes perspectivas – de pessoas além de sua equipe, com quem você normalmente não fala. Faça perguntas abertas para esclarecer como eles pensam.
As perguntas a seguir podem ajudá-lo a expandir seus horizontes.
Pergunta #1 O que se destaca para você?
Quando nos preparamos para apresentar novas ideias ou propor novas direções à equipe, a maior parte do trabalho é concentrada no momento antes da reunião, enquanto preparamos nossos argumentos. Depois que apresentamos, a ideia passa a circular entre a equipe.
Em vez de guiar a conversa de perto, faça essa pergunta aos seus colegas de trabalho e descubra o que eles já absorveram da sua ideia. Muitos podem ter percebido os mesmos tópicos principais que você, e outros podem sugerir um ângulo completamente diferente.
Um benefício adicional de fazer essa pergunta é o feedback sobre sua comunicação. Talvez ninguém mencione o único item que você realmente queria enfatizar, ao solicitar sinceramente as impressões de seus ouvintes, você os convida para a jornada com você.
Pergunta #2 O que está faltando?
Podemos pensar que examinamos um problema de todos os ângulos e cobrimos todas as eventualidades, mas pessoas com diferentes formações ou áreas de especialização podem notar diferentes falhas. Ao perguntar o que está faltando, sinalizamos abertura ao feedback e disposição para renunciar ao controle.
Dessa forma, identificamos possíveis erros antes de uma palavra final ou até ganhamos uma vantagem significativa no mercado.
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Pergunta #3 O que nossos críticos diriam?
Apesar de nossos melhores esforços em deixar o canal aberto para feedbacks construtivos, muitos colaboradores podem hesitar em criticar honestamente nosso trabalho.
Remover a narrativa pessoal em primeira pessoa libera todos para falar de forma mais objetiva e receber críticas construtivas de forma mais aberta.
Pergunta #4 O que nossa autópsia revelaria?
O psicólogo, pesquisador e especialista em tomada de decisão Gary Klein recomenda a “conduta pré-mortem”, onde eles se projetam um ano à frente e imaginam seu projeto falhando.
As equipes escrevem a história de como o projeto falhou. É natural ficar empolgado com nossas ideias, mas fazer uma pausa para pintar uma imagem vívida do que poderia dar errado pode muito bem evitar esse caminho.
Pergunta #5 O que alguém que não tem nosso contexto diria?
Outra forma de limitarmos as nossas perspectivas é por meio da “maldição do conhecimento”. Como especialistas em uma determinada área ou como gerentes seniores, ou somente como pessoas imersas por algum tempo em uma ideia, temos a tendência de pressupor que outros, que não necessariamente estão no mesmo contexto que nós, também entendam o que fazemos e entendam porque escolhemos determinados caminhos.
Como consequência disso, muitas vezes encurtamos a nossa comunicação pensando que a nossa ideia está alcançando e sendo assimilada por todo mundo, quando na verdade não está.
Verificar nossas suposições e ideias, especialmente com aqueles que serão afetados, nos dosa com a realidade de que o caminho a seguir não é apenas baseado em expertise, mas também enraizado na experiência que ele cria para os outros.
Pergunta #6 Como os nossos concorrentes comemorariam se tivéssemos sucesso?
Muitas vezes estamos atolados em política interna, trabalhando duro para fazer lobby por nossas posições com superiores e obter favores com os favoritos. Olhar além de nossas câmaras de eco internas e organizacionais para ver como nossos concorrentes pensam que pode expandir nossa perspectiva. Não pergunte apenas como a concorrência celebraria seus fracassos, mas como eles podem celebrar o que você considera sucesso.
Em vez de imaginar como podemos vencer nossos concorrentes, podemos simular isso imaginando como eles criticariam nosso melhor trabalho. As ideias abominam o isolamento.
O público-alvo das nossas ideias raramente somos só nós mesmos. Se você deseja que as melhores ideias floresçam, você precisa abrir sua mente para diferentes perspectivas – de pessoas além de sua equipe, com quem você normalmente não fala – e fazer perguntas abertas.
Depois de apresentar sua ideia, pergunte:
- O que se destaca para você e o que está faltando?
- O que nossos críticos diriam?
- Considere o fracasso de sua ideia: o que seu pré-mortem revelaria?
- Considere outras pessoas fora da sala e pergunte: O que alguém na linha de frente diria?
- Por fim, coloque-se no lugar de seus concorrentes. Que falhas ou fraquezas em sua ideia eles comemorariam se fosse bem-sucedida?
Ter uma ideia brilhante não significa que ela terá sucesso imediatamente, é preciso um método, técnicas e diferentes perspectivas. Se você quer se aprofundar nesse tema, ouça agora esse episódio do nosso podcast com o autor do best seller “Da Ideia ao Bilhão: Estratégias, conflitos e aprendizados das primeiras startups unicórnio do Brasil”, Daniel Bergamasco!